Ele era franqueado, teve uma ideia milionária e virou franqueador

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De estudante endividado, Migliati chegou a franqueador do Sterna Café, rede que faturou R$ 10 milhões em 2017.

São Paulo – Deiverson Migliati já entrou na idade adulta endividado. Aos 18 anos, contraiu uma dívida com o Fies para conseguir pagar a faculdade. Filho de uma família pobre – o pai era operário e a mãe dona de casa – ele sempre teve em mente que queria “crescer na vida”.

ode-se dizer que ele conseguiu. De estudante endividado, Migliati chegou a franqueador de uma marca que faturou R$ 10 milhões em 2017. Estamos falando do Sterna Café, rede de cafés que se propõe a oferecer café especial brasileiro, além de grãos de diversos países do mundo e técnicas internacionais de preparo da bebida. Criada em 2015, a rede tem hoje 33 unidades.

O caminho deste empreendedor até chegar a ter sua própria franquia não foi simples. Logo que entrou na faculdade, Migliati conseguiu um emprego como estagiário nas Casa Bahia, onde chegou a coordenador da área de propaganda.

No entanto, ele queria algo a mais. Em 2007, decidiu fazer uma “loucura”. Tirou férias, vendeu o carro que havia comprado com muito custo e pagou uma passagem para uma viagem de volta ao mundo.

O passeio durou cerca de um mês e mudou sua visão de mundo. “Todo mundo me chamou de maluco, mas quando eu voltei não era mais o mesmo. Vi que existia um mundo lá fora”, lembra. A semente para criar o seu próprio negócio havia sido plantada.

De franqueado…

Só que, em 2009, foi demitido do emprego. Cansado de ser empregado, a solução que encontrou para pagar as contas foi pegar um empréstimo no banco e tornar-se um franqueado do Subway. Pouco tempo depois ele já tinha três franquias da marca, além de lojas franqueadas do KFC.

“Fui abrindo, sempre com empréstimo no banco. Até que não consegui mais crédito e pedi para minha sogra vender um apartamento que ela tinha para eu poder continuar investindo em mais negócios. Ela vendeu”, conta o empreendedor.

Porém, o que Migliati queria mesmo era criar o seu negócio próprio, de preferência um modelo que não existisse no Brasil. A essa altura ele já acumulava três viagens pelo mundo no passaporte e decidiu que era hora de dar esse outro passo.

“Fiz minhas viagens cm a mente aberta. Conheci mais de 60 países. Conheci diversos negócios. Sou apaixonado por café então sempre pensei em fazer algo relacionado, mas não sabia exatamente o quê”, conta.

… a franqueador

A ideia do negócio foi se delineado. O Sterna Café traz referências às viagens de Migliati pelo mundo, tanto na decoração quanto no cardápio. Todo mês a casa oferece grãos de um país diferente para os clientes: já passaram pelo Sterna Café bebidas vindas de Uganda, Etiopia, Guatemala e Quênia.

Outra novidade trazida de fora são as formas de preparar a bebida. “Temos o método japonês, que usa um coador vermelho cheio de ondulações, que fazem a água demorar mais para passar. Também temos um método batizado de Chemex, que usa um dispositivo parecido com um tubo de ensaio”, explica o empreendedor. A casa ainda oferece itens como café com leite de coco e caipirinha de café.

No entanto, apesar da pegada internacional, o foco do Sterna Café é divulgar o café especial brasileiro. “Quando viajei, percebi que o grão especial que produzimos no Brasil não é consumido aqui. Minha vontade é democratizar o café bom que produzimos no Brasil”, explica.

A rede tem hoje 33 unidades, sendo 17 em operação, 10 em obras e 6 em contrato assinado. Uma estratégia do negócio é instalar suas lojas em prédios comerciais, hospitais e centros de inovação. Em muitos casos, isso libera o franqueado do pagamento de aluguel, o que deixa a operação mais barata.

Alguns lugares que contam com uma unidade do Sterna Café são o Hospital Sabará, o Cubo Coworking (espaço de inovação do Banco Itaú) e o prédio do Nubank.

Café do Sterna Café (Sterna Café/Divulgação)

Investimento

Quem tiver interesse em abrir uma unidade deve estar preparado para desembolsar de 60 mil reais a 500 mil reais, dependendo do modelo de negócioescolhido. O Sterna Café tem desde unidades pequenas, como o mini carrinho, até um modelo bistrô, com refeições mais elaboradas. Para qualquer um dos modelos, a taxa de franquia é de 30 mil reais.

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Já o faturamento médio mensal é de 70 mil reais. A lucratividade média é de 15%, mas pode chegar a 22%, justamente por conta da economia com o aluguel.

A rede fechou 2017 com um faturamento de R$ 10 milhões; a meta agora é fechar 2018 com 50 unidades, e um incremento de 30% no faturamento.

Hoje o Sterna Café está presente em São Paulo e Minas Gerais, e já há propostas para abrir unidades em Pernambuco e Goiás. Há também uma proposta para levar a marca para fora do país, projeto que pode se concretizar ainda esse ano.

16 de março de 2018

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